12/12/2014 às 05h00
Valor Econômico – por Cláudia Schüffner | Do Rio
A Petrobras divulga hoje as demonstrações financeiras do terceiro trimestre não auditadas pela PricewaterhouseCoopers (PwC). É improvável que o balanço, que será divulgado depois da reunião do conselho de administração, já tenha as baixas contábeis resultantes da retirada, da linha de investimento em ativo imobilizado, dos valores pagos como suborno em obras superfaturadas.
Analistas ouvidos pelo Valor avaliam que teria pouca significância um ajuste desse tipo feito em um balanço não auditado, já que as investigações externas ainda não terminaram e o que se conhece até agora é resultado de informações incompletas. A avaliação é de que a Petrobras deve divulgar o tamanho da baixa apenas quando tiver convicção razoável da auditoria externa em torno de um valor. Isso porque ainda não se sabe a magnitude do "investimento" que terá que ser baixado por contabilização incorreta.
A Petrobras sondou analistas na semana passada para saber qual a expectativa com relação ao balanço não auditado. As previsões feitas pelos analistas antes do adiamento do balanço trazem grande dispersão. São convergentes quanto às expectativas de receita e a geração de caixa medida pelo Ebtida, que subiram e devem trazer ganhos de margem para a empresa. Já no lucro a dispersão é enorme.
O Itaú BBA previa lucro de R$ 1,8 bilhão em relatório de 19 de outubro, enquanto a previsão do Bradesco era de R$ 7,074 bilhões. O valor médio projetado por Goldman Sachs, Morgan Stanley, Credit Suisse, BTG Pactual além do Bradesco e Itaú BBA é de R$ 4,3 bilhões.
A estatal precisa divulgar suas informações contábeis, mesmo que não revisadas pelo auditor, porque alguns contratos de financiamento têm cláusulas restritivas que preveem a apresentação de algum balanço até 90 dias após o fim do trimestre. Se isso não for feito, os credores podem cobrar a dívida antecipadamente. O prazo para divulgação do balanço do terceiro trimestre vence no dia 30.
O problema com a divulgação de um número já com as baixas contábeis, segundo fonte qualificada, é que o valor pode ser revisto para cima depois, o que não seria bom para a Petrobras. "Só depois do resultado das investigações e com o número aceito pela PwC, o resultado [já com as baixas] deve ser divulgado", diz a fonte.
Constam da pauta questões sobre o balanço e uma atualização das investigações conduzidas pelos escritórios contratados.
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