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Portugal Telecom aponta culpados por perda com GES

 

08/08/2014 às 05h00

Valor Econômico - por Graziella Valenti, Heloisa Magalhães e Tatiana Bortolozi | De São Paulo e do Rio

A Portugal Telecom (PT) entregou sua visão sobre culpados e inocentes, ontem, pela perda dos € 897 milhões aplicados na Rioforte, a holding do Grupo Espírito Santo (GES). O episódio culminou na revisão das condições da fusão da PT com a Oi. Henrique Granadeiro, presidente executivo da companhia e do conselho de administração, apresentou sua renúncia. Assim, ele une-se a Luís Pacheco de Melo, diretor financeiro, que já havia decidido se afastar.

Granadeiro, 71 anos, é considerado influente e com uma trajetória de sucesso em Portugal. Os vínculos com a família Espírito Santo são antigos. Ex-seminarista, ele estudou Economia na cidade de Évora, quando conheceu então os jovens herdeiros de uma das famílias mais ricas de Portugal.

Segundo o "Jornal de Negócios", de Portugal, na carta de renúncia levada ao conselho, Granadeiro explica que não o fez antes por considerar seu dever salvar a fusão com a Oi. Disse acreditar que a auditoria que será feita pela PwC na PT vai mostrar que atuou no melhor interesse da companhia. "Convivo bem com os meus actos, mas não com os encargos e responsabilidades de outros", escreveu ele, conforme o diário.

A PT afirmou oficialmente que o conselho de administração e a comissão executiva não discutiram e nem aprovaram a compra de notas comerciais da Rioforte, do mesmo grupo do Banco Espírito Santo (BES), um dos maiores e mais influentes acionista da tele portuguesa. O colegiado teria conhecido o assunto só depois da divulgação das informações na mídia, em Portugal, no fim de junho.

O mercado vinha mostrando desconforto com a falta de indicação dos responsáveis pelo prejuízo na PT, com a Rioforte. A operação terminou por "sumir" com quase R$ 3 bilhões do caixa da Oi, que realizou no fim de abril uma oferta pública de R$ 8,2 bilhões na bolsa de valores brasileira.

Ontem, o conselho da PT decidiu rever os preparativos para a assembleia de acionistas que avaliará as novas condições para a fusão com a Oi. O encontro ficou marcado para 8 de setembro.

Pelo novo acordo com a Oi, a fatia da PT na nova empresa foi reduzida de 38% para 25,6%. A tele portuguesa ainda poderá comprar ações da Oi, se receber o dinheiro da Rioforte, ainda que parcialmente. Terá direito a opções de ações parceladas durante seis anos.

Ficou estabelecido que até o dia 18 deste mês devem ser públicas as informações completas sobre a situação, inclusive com um posicionamento do conselho, para permitir uma avaliação detalhada do ajuste na operação com a Oi.

Como parte das iniciativas preparatórias, o conselho da PT pediu à PricewaterhouseCoopers (PwC) uma auditoria sobre as relações financeiras com o GES e o BES. O objetivo é verificar irregularidades.

Não foi por falta de estrutura de governança que a PT chegou a esta situação. O site da tele mostra que a gestão contava com diversos comitês de assessoramento e até mesmo um grupo de avaliação de riscos, incluindo os financeiros.

Melo pediu a saída da PT Telecom SGPS, a companhia operacional que está abaixo da Oi desde 27 de abril, data do aumento de capital de R$ 13,9 bilhões - sendo que R$ 5,7 bilhões foram em ativos, pela vinda das atividades da tele portuguesa, incluindo investimentos fora do Brasil e de Portugal. Entretanto, continua na companhia "casca", que ficará de fora da reestruturação, ou seja, não será absorvida pela CorpCo, como Oi e a PT operacional. Essa empresa deterá os créditos contra a Rioforte e as opções de ações da Oi, apenas.

Por enquanto, não há planos de se colocar ninguém no lugar de Granadeiro. A ideia é aguardar o levantamento da PwC.

Já a PT operacional, abaixo da Oi, tem novo presidente: Armando Almeida. Como Zeinal Bava, presidente da Oi e ex PT, ele é moçambicano.

 

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