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notícias Para evitar calote, Portugal Telecom reduz sua participação na 'nova Oi'


Para evitar calote, Portugal Telecom reduz sua participação na 'nova Oi'

Empresa assume dívida de R$ 2,7 bi de sócio e tem seis anos para retomar fatia na operadora

Solução visa manter os termos originais de fusão e assim evitar questionamentos de acionistas minoritários

Folha de S. Paulo de 16 de julho de 2014

JULIO WIZIACK

DAVID FRIEDLANDER

DE SÃO PAULO

A Oi e a Portugal Telecom chegaram a um acordo e decidiram que os portugueses terão sua participação na "nova Oi" reduzida, por um prazo de até seis anos, para 21% --em vez dos atuais 38%.

Essa foi a solução encontrada pelas empresas para resolver o problema do "empréstimo" de € 897 milhões (R$ 2,7 bilhões) feito pela operadora portuguesa à Rio Forte, empresa do Grupo Espírito Santo (um dos principais sócios da Portugal Telecom) --a maior parte, € 847 milhões, deveria ser paga nesta terça-feira.

O conselho da PT aprovou que os € 897 milhões serão convertidos em ações da "nova Oi" (fusão das teles portuguesa e brasileira), equivalentes a 17% da empresa.

Ao assumir a dívida da Rio Forte, essa fatia de 17% ficará na tesouraria da "nova Oi" (não estarão circulando). À medida que a dívida for paga, a Portugal Telecom recompra essas ações e retoma sua fatia na operadora.

Essa foi a saída para manter os termos originais de fusão entre as duas operadoras e assim evitar questionamentos de acionistas minoritários sobre as relações de troca dos papéis.

A encrenca entre as empresas portuguesas é acompanhada com atenção no Brasil, porque o calote de uma na outra afetaria diretamente o processo de fusão da PT com a brasileira Oi --união que criaria uma empresa de telefonia chamada CorpCo.

Desde que a crise começou, os sócios brasileiros da Oi queriam que a Portugal Telecom descontasse, do valor da CorpCo, aquilo que deixou de receber da Rio Forte.

Isso reduziria a participação dos portugueses na empresa resultante da fusão e, por isso, foi algo que os acionistas da PT tentaram evitar.

CRISE

A crise do Grupo Espírito Santo veio a público com a descoberta de que a PT havia feito o empréstimo à Rio Forte sem informar os demais sócios, como os colegas da Oi. Embora as empresas em dificuldades financeiras não sejam da área financeira, a crise vem afetando também o Banco Espírito Santo, principal negócio do grupo.

Nos últimos sete dias, a instituição perdeu quase metade do valor de mercado na Bolsa. As ações do banco recuaram 15% no pregão desta terça. No Brasil, as ações da Oi ficaram estáveis, sob a expectativa de um acordo.

 


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