Cade proíbe direito de voto da CBC na Taurus24/06/2014 às 05h00
Valor Econômico - por Natalia Viri | De São Paulo
A Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC) não poderá exercer direito de voto de ações da Forjas Taurus compradas no mês passado em assembleia que será realizada na sexta-feira. A determinação é do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que julgou pedido feito pela própria CBC, cuja participação nas ações da fabricante de armas passou de 2,5% para 17%.
A notificação ao órgão antitruste aconteceu em 12 de maio, mas o mérito da aquisição ainda não foi julgado. Pela decisão, a CBC poderá exercer direito de voto para 2,5% do capital da Taurus que detinha antes dessa data. O Cade afastou a necessidade de medida cautelar requerida pela Previ, que tem 24% do capital, para barrar os direitos políticos da nova sócia.
A CBC é vista pelo mercado como alinhada a Luís Estima, principal acionista e presidente do conselho de administração da Taurus. A maior parte das ações da fabricante de munições foi adquirida diretamente do executivo, cuja participação passou de 44% para 37% dos papéis com direito a voto.
Sem os votos da CBC, Estima pode ter dificuldades em aprovar propostas na assembleia. A principal delas é a ampliação do número de conselheiros de sete para nove, o que poderia lhe dar maioria no órgão. Hoje, quatro membros são indicados por minoritários opositores, entre eles a Previ.
Na reunião, o conselho propôs ainda que não sejam aprovadas as contas dos administradores relativas a 2012 e que seja aberta ação de responsabilidade contra cinco diretores, que teriam fraudado documentos na venda de uma unidade de máquinas industriais. Procurada, a CBC disse que vai acatar a decisão do Cade na assembleia e que aguarda a decisão final sobre a compra de ações da Taurus.
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