Folha de S. Paulo
16 de abril de 2013
TONI SCIARRETTA DE SÃO PAULO e NATUZA NERY DE BRASÍLIA
E-mails enviados por dois gerentes de agência do Banco do Brasil, um de São Paulo e outro do Rio, levaram a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) a suspender por até 30 dias a abertura de capital da BB Seguridade, braço de seguros do banco.
Na mensagem, os gerentes avisavam a 66 clientes --50 no Rio e 11 em São Paulo-- sobre a oportunidade de comprar as ações, que seriam lançadas no dia 26 deste mês.
A CVM os considerou divulgação irregular, sem "aprovação prévia" da autarquia, e mandou parar o que seria a maior abertura de capital do país desde 2009.
Em 2009, uma confusão semelhante levou ao descredenciamento de 23 corretoras que intermediavam a abertura de capital da então Visanet, hoje Cielo. As corretoras divulgaram publicidade por e-mail, considerada inapropriada por, supostamente, estimular a adesão.
Pelo caminho, ficaram sem as ações os clientes que não tiveram tempo de fazer a reserva em outra corretora.
Logo depois, a CVM decidiu padronizar e aprovar previamente o material de divulgação dessas operações.
Diante do fato, o BB corre contra o tempo para reverter a situação até amanhã.
Se a operação for adiada para maio, os coordenadores terão que começar quase do zero, porque o prospecto (principal documento da abertura do capital) terá de incluir o balanço do primeiro trimestre de 2013. Até abril, só precisa do de 2012.
Ontem, o BB contatou os clientes que receberam o e-mail, permitindo que eles cancelassem a reserva de ações. O BB pediu que a CVM reconsidere a decisão.
Procurados, a CVM e o BB não quiseram comentar.
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