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Balanço auditado deve demorar

 

17/11/2014 às 05h00

Valor Econômico - por Fernando Torres | De São Paulo

A Petrobras pode virar o ano sem que o balanço do terceiro trimestre seja auditado pela PwC. Embora uma investigação minuciosa sobre todos os malfeitos possa demorar mais de ano, o que seria um prazo muito grande para esperar, o Valor apurou que a auditoria não está disposta a assinar um parecer atestando os números se tiver só uma visão parcial sobre os problemas, sem ao mínimo delimitar e quantificar o estrago.

Além disso, é preciso que mudanças nos controles internos para que haja um mínimo de conforto de que eventos como aqueles denunciados não estejam ocorrendo hoje e nem se repetirão no futuro.

Mais do que dúvidas sobre receitas e despesas correntes da empresa, o foco será verificar se existe algum saldo registrado como ativo dentro do balanço, mas que deveria ser baixado.

A princípio, a verificação dos números vai começar pelas quatro refinarias citadas por Paulo Roberto Costa nas denúncias: Rnest (Abreu e Lima), Comperj, Pasadena e Repar (refinaria do Paraná, que passou por obra de revitalização). Mas isso não basta. Se algo de errado aparecer em um desses ativos, haverá motivo para se estender a análise para as demais contas. E mesmo que nada seja encontrado, não significará que tudo está certo no restante do balanço - lembrando que a decisão judicial divulgada na sexta cita desvios na compra de sondas de perfuração.

Mas antes que a PwC se sinta confortável para dar seu parecer, é preciso que a administração da Petrobras - incluindo sua diretoria, conselho de administração, comitê de auditoria e conselho fiscal - tenha segurança sobre os números que serão mostrados. É a empresa, e não o auditor, que faz o balanço.

Se não houvesse insegurança interna, a empresa não precisaria esperar até o dia 12 para apresentar dados não auditados.

O que a Petrobras quer depois disso é receber um OK da PwC.

Se a estatal insistisse agora, o auditor teria opção de escrever um parecer com "abstenção de opinião", dizendo que, na falta de segurança sobre as informações, não concorda nem discorda dos números apresentados (o que seria suficiente para atender a regra de entregar um balanço auditado à Comissão de Valores Mobiliários, mas não satisfaria os investidores), ou, em um cenário mais grave, como parece ser o atual, se recusar a assinar qualquer parecer.

 

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