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Para vender ativos, um processo formal

10/10/2014 às 05h00

Valor Econômico - por Talita Moreira | De São Paulo

A Oi planeja a abertura de um processo formal de venda dos ativos da Portugal Telecom (PT) para buscar a melhor oferta pelos ativos, apurou o Valor.

A venda da Portugal Telecom pode ajudar, e muito, a Oi a reduzir sua alavancagem. Os ativos são avaliados em cerca de € 7 bilhões. A dívida líquida da operadora era de R$ 46,2 bilhões. Portanto, o endividamento cairia quase à metade.

O BTG Pactual, assessor financeiro da Oi, poderá organizar um canal para colher e selecionar propostas. Essa possibilidade entrou no radar porque, depois da francesa Altice, outros grupos manifestaram interesse pela PT - entre eles, haveria um investidor brasileiro.

A venda dos ativos começa a ser vista pelos sócios da Oi como uma boa solução para aliviar a situação financeira da empresa. A estratégia da operadora é se capitalizar a partir desse processo e focar na consolidação do mercado brasileiro.

Os cenários possíveis vêm sendo discutidos entre os maiores acionistas brasileiros da Oi - Andrade Gutierrez e Jereissati - e o BTG. Zeinal Bava, que deixou nesta semana a presidência da operadora, já não estava muito envolvido nas negociações.

As indefinições sobre o futuro da Oi e o enfraquecimento e queda de Bava aumentaram a voz do BTG na empresa nas últimas semanas. Além de assessor financeiro, o banco tem participação societária na operadora desde abril, quando aderiu ao aumento de capital da companhia.

O chefe da área de fusões e aquisições do BTG, Marco Gonçalves, tem dedicado boa parte de seu tempo à Oi. "Toda vez que se fala em Oi, o nome do interlocutor que aparece é o do Marco", diz uma fonte do setor financeiro.

Um executivo próximo ao banco, porém, nega que o BTG esteja atuando na gestão da companhia. Segundo ele, o envolvimento da instituição se dá estritamente como assessor da Oi. O investimento na companhia, diz, é apenas financeiro e não estratégico. Procurado, o BTG não comentou o assunto.

Vendendo os ativos da PT, a Oi ganharia força para atuar na nova onda de consolidação da telefonia. Desde o começo do ano, a Oi estuda uma proposta para comprar a TIM em parceria com a Telefônica e a América Móvil (dona da Claro). Os planos foram retomados quando os espanhóis derrotaram os italianos na aquisição da GVT. Por outro lado, a TIM contra-atacou ao acenar com a possibilidade de comandar um processo de fusão com a Oi.

As duas propostas vêm sendo tratadas em paralelo. O objetivo é juntar Oi e TIM e, para isso, será adotado o caminho que se mostrar mais interessante para os acionistas, afirma fonte com conhecimento sobre os planos.

O desfecho, porém, não deve ser rápido. Nos dois cenários, há questões em aberto. Não está claro se, na venda dos ativos da PT, o pagamento à Oi seria feito em dinheiro ou por meio de assunção de dívidas da companhia portuguesa. Esta alternativa não daria ao comprador uma fatia na Oi.

Também há dúvidas sobre o formato de uma transação com a TIM. A Telefônica ainda não sinalizou interesse em ficar com parte da operadora de celulares, embora seja provável que o queira. Outro ponto a ser esclarecido é se, numa transação em mão contrária, capitaneada pela TIM, a Oi seria comprada ou haveria uma troca de participações entre as teles.

Por fim, a própria composição societária da Telecom Italia, controladora da TIM, está em aberto. O Mediobanca, um dos principais acionistas do grupo italiano, planeja se desfazer de sua participação até meados de 2015. Com um novo conselho de administração, nada garante que os planos da tele serão os mesmos.

 

 

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