Transparência e Governança

 
  • Increase font size
  • Default font size
  • Decrease font size
notícias Eleição de conselho fiscal da Americanas gera protesto


Eleição de conselho fiscal da Americanas gera protesto

 

Valor Econômico

03 de maio de 2013

 

Por Ana Paula Ragazzi | Do Rio

A gestora de recursos Tempo Capital apresentou um protesto durante a assembleia de acionistas da varejista Lojas Americanas por conta do processo de eleição do conselho fiscal da companhia, no dia 30 de abril.

 

 

 

A Tempo e mais um grupo de acionistas solicitaram a instalação do conselho fiscal - para tanto, é necessário que os acionistas, juntos, representem mais de 2% das ações ordinárias (ON, com direito a voto) da companhia ou mais de 1% das preferenciais (PN, sem direito a voto). Ficou decidido que o órgão teria três vagas e seria eleito por votação em separado. O controlador escolheria um nome; os minoritários detentores de ações ON, outro; e os acionistas preferencialistas (PN, sem direito a voto), o terceiro integrante.

O grupo de minoritários do qual faz parte a Tempo fez suas indicações de titular e suplente para a vaga dos ordinaristas. Sem conseguir eleger um representante, repetiu os nomes para tentar a cadeira dos preferencialistas. Novamente não obteve êxito.

Isso porque a mesa informou, durante a asssembleia, que havia um outro conjunto de pequenos acionistas que fizeram suas indicações para as cadeiras no conselho fiscal e que representavam percentual maior do capital da empresa do que somado pelo grupo da Tempo. Ficaram, portanto, com ambas as vagas.

O advogado Raphael Martins, do Faoro & Fucci Advogados, que representa um dos minoritários descontentes, afirma que foi solicitado à mesa da assembleia que os votos fossem abertos. A mesa, então, sem revelar quais os percentuais da votação, apenas informou que o grupo de minoritários que conseguiu eleger os conselheiros fiscais era composto por administradores e funcionários da Lojas Americanas.

O entendimento da Tempo Capital e que a fez encaminhar o protesto é que os funcionários e administradores da Americanas são subordinados ao controlador. Dessa forma, não podem ser inseridos no "conceito de minoria" e, ainda assim, interferiram no processo de escolha dos representantes dos minoritários.

A recomendação da CVM para eleição desses conselheiros é que nem o controlador nem ninguém a ele vinculado participam da votação.

Procurada pelo Valor, a Americanas, por meio de nota, afirmou que "os minoritários, ou seja, titulares de ações ordinárias (excluindo os controladores), elegeram o seu representante no conselho fiscal por larga maioria de votos". Da mesma forma, segue o texto "foi eleito o representante dos preferencialistas. Os administradores e empregados, que não têm vínculo algum com o controlador, participaram da votação desse representante dos preferencialistas, como reza a legislação societária".

A Americanas divulgou a ata da assembleia dia 30 sem anexar o protesto feito pela Tempo Capital. Na noite de ontem, reapresentou o documento, já com a manifestação incluída. A Americanas informou ao Valor que "o protesto e a ata da assembleia foram apresentados à CVM no prazo regulamentar, conforme determina a legislação aplicável."

Martins, do Faoro & Fucci, diz que os acionistas estudam quais serão os procedimentos cabíveis após a assembleia. Entre as possibilidades, diz, estão um pedido de anulação da eleição ou a responsabilização dos envolvidos. O papel do conselho fiscal é monitorar as ações dos administradores e opina sobre as contas da companhia.

Além do protesto que se refere à eleição do conselho, a Tempo Capital também solicitou esclarecimentos sobre uma das notas explicativas do balanço que trata das premissas com relação ao aproveitamento de crédito de ICMS em exercícios futuros e da vigência de regime especial tributário no Estados de São Paulo pela companhia.

A mesa indeferiu o questionamento por entender que não seria "pertinente à ordem do dia". Por conta do indeferimento, a Tempo deixou de solicitar outros dois esclarecimentos: sobre a contabilização das transações entre a companhia e suas subsidiárias B2W relacionadas à atividade de vendas em quiosques dentro de lojas físicas; e também sobre a contabilidade de subsidiárias.

http://www.valor.com.br/empresas/3109718/eleicao-de-conselho-fiscal-da-americanas-gera-protesto

 

 

Add comment




Copyright © 2024 Transparência e Governança. All Rights Reserved.
Joomla! is Free Software released under the GNU/GPL License.
___by: ITOO Webmarketing