Acionistas minoritários da Petrobrás deram ontem uma mostra inédita de mobilização em assembleia da companhia, apresentando candidatos próprios para vagas de conselho de administração e conselho fiscal.
Reclamavam basicamente as cadeiras hoje ocupadas pelos empresários Jorge Gerdau Johannpeter, da Gerdau, e de Josué Gomes da Silva, filho do ex-vice-presidente José Alencar, representantes, respectivamente, de minoritários com ações sem direito a voto (preferencialistas) e com direito (ordinaristas).
Ambos foram reeleitos ontem com cerca de 1.400 bilhão de ações, ou cerca de R$ 35 bilhões de capital. Com respaldo de fundos de investimento nacionais e estrangeiros, os minoritários não conseguiram eleger seus candidatos por causa do voto de fundos de pensão Previ (Banco do Brasil) e Petros (Petrobrás) e do BNDESPar, empresa de participações do banco estatal, que apoiam os indicados pelo controlador (governo), mas votam na condição de minoritários.
No entanto, a quantidade de votos teve simbolismo por mobilizar cerca de R$ 7,5 bilhões de capital votante, cerca de 300 milhões de ações ordinárias, considerando o papel a R$ 25. Foi a primeira mobilização de peso dos minoritários da estatal.
"O valor é altamente expressivo dada a burocracia envolvida. Foi a primeira tentativa de investidores do mercado de capitais de indicar um representante. No ano que vem esperamos que os debates surtam efeito", disse o vice-presidente da Amec e ex-presidente do IBGC, Mauro Cunha, candidato do grupo minoritário para a vaga ordinarista do conselho de administração.
Matéria publicada pelo Estadão.com em 20/03/12. Para ler a íntegra, acesse o site:
< Anterior | Próximo > |
---|