Limitados pela estrutura societária das empresas, acionistas adotam modelo mais brando, ao contrário dos americanos, que conseguem demitir executivos e até barrar negócios
Os avanços na governança corporativa melhoraram a vida dos ativistas no Brasil, mas as características da estrutura societária no País deram origem a um ativismo peculiar, bem mais brando que o dos Estados Unidos. Isso porque aqui eles precisam lidar com empresas de controle definido, o que praticamente não existe por lá.
Diferente do cenário americano, onde fundos compram 3,5% das ações de uma empresa e conseguem mudar estratégias e demitir administrações inteiras, no Brasil quase todas as companhias têm dono. "Nosso ativismo é muito mais de convencimento do que de decisão. Por mais que um acionista minoritário esperneie e grite, no final do dia tem alguém que fala concordo ou não concordo", diz Pedro Rudge, sócio da Leblon Equities.
No entanto, apesar dessa assimetria de poder, não há espaço apenas para reivindicações de minoritários. Há casos em que as companhias procuram os fundos como parceiros. Antes de fechar a associação com o Bradesco, anunciada há dois anos, a OdontoPrev chamou quatro fundos acionistas - Dynamo, IP, M Square e Águas Claras - para aconselhá-la na operação.
"São fundos com uma visão estratégica que nenhum intermediário financeiro pode ter", diz José Roberto Pacheco, diretor de Relações com Investidores da Odontoprev. "Houve reunião no fim de semana, conference call tarde da noite e tudo foi negociado no mais absoluto sigilo."
Matéria publicada pelo O Estado de S. Paulo em 12/12/11. Para ler a íntegra, acesse o site do jornal:
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,investidores-fazem-ativismo-a-brasileira-,809860,0.htm
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