Uma avaliação do banco de investimentos americano Morgan Stanley indica que a reestruturação da empresa de telefonia Oi está repleta de erros e que, por isso, sofrerá atrasos. “Eventos recentes nos levam a acreditar que a proposta de reestruturação corporativa irá atrasar e/ou custar mais do que o inicialmente esperado para se completar”, afirma o relatório de impacto confeccionado ontem pela consultoria do banco. Há dois anos, a Oi fundiu-se com a Brasil Telecom. Desde o ano passado, o conglomerado empenha-se em consolidar as ações de suas empresas subsidiárias, a Tele Norte Leste (TNL) e a Telemar Norte Leste (TMAR). Agora, os analistas do Morgan Stanley afirmam que essa reestruturação corre riscos. A afirmação deles é baseada em quatro premissas. A primeira enfatiza que a saída do Citibank do negócio, o principal avalista do valor das ações das empresas do grupo, obriga a contratação de um novo banco para reavaliá-las. No segundo ponto, o estudo afirma que delegar o destino das operações a um novo avalista, seja qual for, implicará em atrasos, já que os trabalhos recomeçarão do zero. Além disso, os acionistas podem ficar descontentes, caso os valores de suas ações não alcancem o desejado. O terceiro ponto diz que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) estaria inclinada em atender as petições de investidores minoritários que reclamam irregularidades nas transações. Em quarto lugar, o Morgan Stanley especula com a saída mal explicada do Citi. Segundo o banco americano, o mercado poderia entender que isso significa que a Oi passa por sérios problemas de governança corporativa.
Igor Paulin
Nota publicada no Blog de Felipe Patury, no site da Revista Época em 21/10/11.
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